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A Monarquia Pahlevi e a atual crise no Irã: possibilidade de restauração da monarquia?

  • Micael Thomas Scunderlick
  • 17 de jun.
  • 4 min de leitura

Artigo escrito por Micael Thomas Scunderlick

Reza Pahlevi, Príncipe Herdeiro do Irã
Reza Pahlevi, Príncipe Herdeiro do Irã

Pouco é conhecido pela maioria das pessoas de que a atual República Islâmica do Irã um dia já foi uma monarquia coesa e pacífica, o Império Persa, sob a dinastia da Casa de Pahlavi, a partir do ano de 1925 até a desastrosa "Revolução" Iraniana que explodiu no país em 1979, sob a liderança do autoritário fundamentalista islâmico Ruhollah Khomeini, então exilado na França (como de costume), apoiado pelos comunistas e socialistas — o que, para nós, não é de muito espanto, uma vez que é de natural feitio dos burocratas comunistas a disseminação do ódio e do caos pelo mundo contra inimigos, ainda que isso custe a vida de centenas, milhares ou milhões. Afinal, o que importa é a consolidação de um plano tão genial e perfeito que vidas humanas podem e devem ser descartadas.


Ao contrário dos dias atuais de opressão, violência, presos políticos, homicídios justificados por todo e qualquer motivo que desagrade o líder supremo do Irã ou Faqih (título dado pela Assembleia dos Peritos, que é composta exclusivamente por clérigos islâmicos), o Império Persa (antigo nome do país) desfrutava do verdadeiro respeito às tradições de seu povo, de uma verdadeira liberdade e de um verdadeiro e legítimo governo, onde o Xá (nome dado ao monarca persa, equivalente a rei ou imperador), longe de oprimir seu povo, o representava e respeitava. O aiatolá Khomeini e seu sucessor, o atual aiatolá Ali Khamenei, ao contrário dos Xás da Pérsia, perpetraram uma idealização do Islã que nem mesmo a maioria dos países muçulmanos aceitam, a ponto de não ser referenciado por estes nem pela religião, nem pela política, nem pela etnia (uma vez que são persas e não árabes) ou mesmo pela política externa.


Temos de entender, também, antes de mais nada, que não existe, num contexto mundial, a ideia de uma perfeita comunhão política/ideológica plena e perpétua entre países, uma vez que as tradições — que já variam aqui mesmo, no país em que vivemos, de região para região — no mundo não é diferente, pois os povos são acostumados a tais regimes e tais liberdades e tais tradições distintas, causando, de certa forma, espanto a muitos. Mas, pela própria natureza humana, tal diversidade não se encaixa num contexto totalitário de homogeneização de classe, raça ou pensamento, o que é proposto pelos comunistas, globalistas e os tais arautos da democracia representativa que nada se difere com qualquer autoritarismo (o autoritarismo cheiroso e engravatado), respectivamente. O que quero dizer com isso é que: a monarquia dos Pahlavi respeitava a cultura e a liberdade de seu povo; não era, portanto, uma imitação da democracia norte-americana, tampouco uma imitação do regime opressor soviético. Portanto, não cabe neste texto comparações entre a liberdade de cada povo, mas sim a tradição e os costumes dos quais foram apagados pela Revolução Iraniana para serem substituídos por uma idealização totalitária de mentes doentias. Ou seja: tradição e costume não são sinônimos de autoritarismo, mas traços da identidade de um povo que não pode ser apagada do dia para a noite, nem imposta a outros.


Mas e a pergunta central e tema deste artigo? Bem, recentemente a crise no Oriente Médio se expandiu de tal maneira que o mundo, até então acostumado com as tensões, as disputas territoriais e políticas, seja no contexto de um país (guerra civil) ou entre países (guerra total), voltou seus olhos para esta região com tamanha preocupação a ponto de cogitar a possibilidade real de um conflito bélico em larga entre Israel e Irã após uma série de fatores como bombardeios, destruição de instações nucleares iranianas, mortes de civis em ambos os lados, porém de forma de guerrar não tão convencional como hoje na Ucrânia e Rússia. Porém, como bem sabemos acerca da superioridade tecnológica, logística, armamentista e estratégica de Israel, podemos ter a certeza de que o Irã não poderá sustentar o poderio bélico israelense por um longo período. Mas o que isso tem haver com um possível retorno da monarquia da Casa dos Pahlevi? Os EUA aprendeu — ou já deveria ter aprendido há muito tempo, ou pelo menos finge não ter aprendido — que não há vácuo de poder a partir do momento em que se depõe um ditador, tal como foi no Afeganistão, Líbia, Iraque, Panamá e recentemente na Síria, onde foram derrubados ditadores e, em seus lugares, surgiram, além de rebeldes tão ou mais crueis, foram também alçados ao poder ditadores tão ou mais crueis que estes rebeldes. Fato é que, após os bombardeios de Israel no Irã, surgiu um nome até então desconhecido para muitos: Reza Pahlevi, Príncipe Herdeiro do Irã, que, em resposta à crise, pediu para que a população iraniana se revolte não contra Israel, que se defendeu dos ataques covardes dos terroristas do iranianos, mas contra os governantes corruptos do país que ele ama. Tornando clara um imperativo: natureza do monarca é o amor ao seu povo.


Seria Reza Pahlavi o nome apoiado pelas democracias para pacificar as tensões entre Israel e Irã, antigos aliados, após a queda de Khamenei, tornando o Irã o primeiro país do século XXI a restaurar sua monarquia?


Este texto, caro leitor, não se trata de uma questão religiosa, uma vez que os Pahlavi são islâmicos, os israelenses judeus e nós cristãos, mas de que, independente do país, região, cultura ou religião, a república sempre vai pender para os interesses dos políticos, ainda que o lubrificante das engrenagens do sistema seja o suor do trabalhador ou mesmo o sangue de inocentes.



 
 
 

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